🇧🇷 Haux Haux

🇧🇷Quem me conhece sabe que eu sempre tive um pé no Brasil e outro pé no mundo.

Como falei no último post, no início desse ano tomei a decisão de seguir investindo na minha carreira aqui. O que eu não esperava era que no meio desse percurso me reconectar com meu país de uma forma tão especial.

Experienciei pela primeira vez dois processos de autoconhecimento muito potentes: a respiração holotrópica e a consagração das medicinas da floresta. Entrei em contato com cenas do meu passado, cenas transcendentais, com questões desafiadoras da minha vida, da minha personalidade, mas também encontrando caminhos para cuidá-las no meu cotidiano. Porque o desafio maior não é trazer nossas questões à consciência, mas é verdadeiramente transformá-las no nosso cotidiano, nas práticas diárias e micropolíticas da vida.

Toda a experiência foi desenhada para termos preparação/integração com o grupo, as experiências e a integração delas. Um encontro muito forte, potente e marcante na minha vida. Sai da experiência com a sensação de que estou descalça pisando na grama molhada, como se eu sentisse no meu corpo a reconexão com a potência que é nosso país, tão grande, tão belo, tão potente e com tantas questões para serem cuidadas. Nossos ancestrais, sejam da floresta ou sejam aqueles que chegaram forçosamente pelos navios negreiros, vão nos mostrar que não há outro caminho se não a natureza (física e divina). Honro os povos da floresta, honro os negros e seus orixás na minha trjetória de vida física e espiritual. Como foi compartilhado nesse encontro: “Depois de 500 anos de insultos, eles nos devolvem amor”.

Muito obrigada a todos os integrantes do Instituto Phaneros, Leopardo Yawabane e Makari Huni Kui (indígenas do Jordão, no Acre) e a todos da Fazenda Sítio Velho, por condizem de uma forma tão cuidadosa esse encontro.

Haux Haux

Fazenda Sïtio Velho | Areias-SP . Brasil . 2023